Muitos torcedores rivais do Corinthians, ou como prefiro, os anticorintianos, sempre dizem que o Corinthians não tem nenhum título internacional, e mais precisamente, não tem nenhum Mundial. E quando o fazem, se autoproclamam bi, tricampeões mundiais e, para isso, somam os títulos da falecida Copa Intercontinental, como era conhecida antes dos anos 80, e os da Copa Toyota de 80 a 2004.
Perguntam os algozes do Corinthians: “como pode ele ser campeão do Mundo sem ter ganho a Libertadores? Outros apregoam, como arautos da verdade: “Para ganhar o Mundo é preciso atravessá-lo”, com isso querendo dizer que somente aquele que vence o torneio continental é que pode disputar um Mundial “de verdade”.
Dizem que o Corinthians é uma espécie de Todo Poderoso, que manda e desmanda inclusive no futebol mundial, inclusive nas Confederações europeia e sulamericana, e que este “Torneio de Verão” teria sido encomendado pelo Corinthians, juntamente com seu patrocinador, para que, enfim, ele pudesse ter seu campeonato internacional.
Torneio este, do qual o Corinthians teria sido “convidado”. Aliás, alegam que foi uma bagunça generalizada e que todos foram convidados e que, pasmem, não havia nem o campeão da Libertadores, o pré-requisito básico, uma espécie de condição “sine quae non” para ser campeão mundial!
Portanto, este tipo de “convite” seria coisa nova à época (1999) e só teria sido inventado para beneficiar o mal de todos os males: o Sport Club Corinthians Paulista, ou melhor (ou pior), o Curíntia (sic).
Muitos dizem que a FIFA reconhece todos os Mundiais, digam-se por Mundiais aqueles realizados de 1960 a 2010, com exceção do de 2000 no Brasil, é claro. Dizem em alto e bom som que o campeão Mundial de 2000 é o adorado e amado Boca Juniors (só nesse momento, pois todos se arvoram em defender o direito do clube hermano em detrimento do mal maior: o Curintia). Quando não está o Corinthians no meio, os anticorintianos o consideram como o Boca Juniors/ARGH!
Eis que, porém, na página do Boca no site da FIFA está bem claro: “3 Toyota Intercontinental Cup: 1977, 2000, 2003″
Ou seja, 3 Copas Intercontinentais: 1977, 2000 e 2003. Assim como no próprio site do Boca ( http://www.bocajuniors.com.ar/el-club/titulos ): TÍTULOS INTERNACIONALES
(…) Copa Intercontinental 1977 | 2000 | 2003
Ou seja, a FIFA não considera as Copas Intercontinentais como títulos mundiais. Ora, Mundial é que nem Copa do Mundo: no mínimo tem de ter 1 reprsentante de cada continente (ou Confederação)! Não vou nem discutir aqui a validade ou a importância desses torneios intercontinentais, mas apenas relatar o fato.
“1 FIFA Club World Cup: 2005, 2 Intercontinental Cups: 1992, 1993 ”. Não resta dúvidas.
Quanto ao tal “convite”, que seria uma falcatrua perpetrada pelo Corinthians, mal sabem os “antis”, que esta vaga que foi destinada ao Corinthians em 2000, tem sido religiosamente preservada desde a Copa do Mundo de 1930, quando o Uruguai foi sede e, claro, teve a sua vaga. Dirão alguns que todos foram convidados, e é verdade, mas ocorre que em todas as Copas seguintes, a partir de 1934, mesmo com o advento das eliminatórias, sempre estava ali, definida, uma vaga pra seleção do país-sede. Assim também ocorre na Copa das Confederações, sempre há uma vaga pré-definida para o país-sede ( http://www.rsssf.com/tablesi/intconcup.html#09 ou http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_das_Confedera%C3%A7%C3%B5es#Lista_de_edi.C3.A7.C3.B5es ) .
Li até alguém reclamar, também, dizendo que em 2000, os jogos da última rodada da classificação foram invertidas para beneficiar o Corinthians. Ora, o Mundial foi feito em duas sedes: Maracanã e Morumbi. Logo, não seria possível fazer os dois jogos ao mesmo tempo. Óbvio! Vejam só até que ponto chega o anticorintianismo xiita. Querem até revogar a lei de Newton (na verdade, nem foi ele diretamente), que diz que “dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo”.
Ora, mais injusto que isso é a regra atual de se colocarem diretamente nas semifinais os clubes europeus e sulamericanos. Quanto a isso não vi nenhum xiita reclamar.
Bem, voltando ao Mundial de 2000, participaram dele todos os 5 continentes (na verdade, as 6 confederações, Ásia, África, Oceania, Europa, América do Sul e América Central e do Norte – CONCACAF). Porém, há outra celeuma, e esta verdadeira, a de que o campeão da Libertadores não foi o do ano de 1999 (Palmeiras) e sim de 1998 (o Vasco). Já foi divulgado na imprensa e é sabido pelos torcedores mais bem informados que o Palmeiras cedeu sua vaga para o Vasco, com a promessa de disputar o Mundial de 2001, que inclusive informa o site internacional RSSSF, não foi realizado devido à falência da ISL, parceira da FIFA e que seria disputado pelos campeões da Libertadores de 1999 e 2000, além de outros. ( http://www.rsssf.com/tablesf/fifa-wcc01.html ).
Portanto, se em todas as competições oficiais mundiais realizadas pela FIFA, e somente ela tem essa competência, sempre houve a vaga do país-sede desde 1930, e se o Palmeiras não participou do Mundial de 2000 por que não o quis e ficou chupando o dedo, ficam resolvidas as questões da representação do campeão sulamericano e da vaga do Corinthians como representante do país-sede, no caso como campeão brasileiro, no Mundial de Clubes do Brasil.
Portanto, restou claro e cristalino que:
1) Mundial tem de ter todos os representantes de todas as confederações. Está aí o clube africano que não nos deixa mentir. Não contavam com a astúcia do Todo Poderoso Mazembe!!! E isso já poderia ter ocorrido há muitos anos se tivessem permitido e dentro de mais alguns anos o campeão não será nem um europeu e nem um sulamericano.
2) Toda competição Mundial da FIFA tem um representante do país-sede desde sempre (1930); olhem aí o Brasil em 2014!!.
3) E o único Mundial da FIFA realmente democrático foi o de 2000: dois grupos de quatro clubes jogando todos entre si, classificando-se o mais bem classificado. Sem o privilégio da Conmebol e da UEFA.
Assim sendo… polêmica, que polêmica???????
PS.: quanto à injustiça sofrida pelo Palmeiras, Boca e outros… reclame-se com a FIFA.
Antonio Carlos de Carvalho
2000, Corinthians, FIFA, Mundial, Timão
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